Investigador estima que dentro de uma década os javalis seja uma espécie em vias de extinção.
Veja a noticia toda já a seguir.
Investigador defende planos globais para gestão conjunta da actividade
O investigador da Universidade de Aveiro (UA), Carlos Fonseca, defende que é urgente começar a pensar em planos globais de gestão da caça, tendo em vista um melhor aproveitamento dos recursos cinegéticos no território nacional.
Carlos Fonseca, investigador na área dos recursos silvestres na UA, afirma que houve uma preocupação por parte dos caçadores, nos últimos 30 anos, em ordenar cinegeticamente o território.
Actualmente, o perito defende que é necessário apostar “numa gestão conjunta das zonas de caça”, de forma a fazer “a manutenção” das espécies existentes em determinada área, em determinada época do ano.
“Há concelhos no País em que 90 por cento do seu território está ordenado do ponto de vista cinegético, com ênfase nas zonas de caça associativa, turísticas, municipais ou reservas nacionais, e com bons resultados”, avança o investigador.
Carlos Fonseca relembra que, actualmente, em caso de devastação ou danos causados por animais de caça grossa, já se pode pedir responsabilidades a organismos que tutelem determinada zona de caça, não só a nível local, mas também a nível nacional.
“A actividade cinegética está num patamar elevado, onde cerca de 80 por cento do território nacional está ordenado através de figuras como zonas de caça associativa, zonas de caça turística ou reservas nacionais”, acrescenta.
Depois deste passo, será “imperioso” apostar “na gestão cinegética”, em conformidade com o tipo de espécies e habitats de que cada uma das regiões dispõe, “no sentido de haver mais e melhor caça”.
Investigador estima que dentro de uma década os javalis seja uma espécie em vias de extinção
“É importante saber o que estamos a gerir, ou seja, ter uma estimativa do número de animais existentes. Se não soubermos o que estamos a gerir, não estamos a realizar uma actividade de forma sustentada e melhor planificada a cada ano cinegético”, sublinhou Carlos Fonseca.
O investigador, com base numa estimativa da população de javalis existente em território nacional, exemplificou que a espécie está a ser “perseguida” por não haver uma gestão criteriosa e partilhada das manchas onde se pode caçar.
“As zonas de caça terão de respeitar um território mais amplo do que aquele que lhes está confinado. O plano poderá ser estabelecido pelo Estado ou por uma estrutura supra-associativa”, defende o técnico.
Há zonas do País muito próximas nas quais decorrem montarias em simultâneo, sendo “impossível que os animais aguentem a pressão”, considera.
No território nacional existe um efectivo global de javalis que ronda os 50 a 60 mil animais, o que significa que dentro de uma década haverá poucos animais para caçar.
Por: Francisco Pinto
Jornal Nordeste
Sem comentários:
Enviar um comentário