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No passado dia 18 de Fevereiro, o Salão Nobre da Casa do Povo de Carção recebeu Paco Díez, um dos artistas mais conceituados na cultura musical Ibérica e uma das maiores referências mundiais na música sefardita, que ofereceu um concerto “Kantes Sefarditas” para angariação de fundos a favor da construção do museu de cultura judaica, na aldeia de Carção.
Diga-se que Paco Díez é considerado um dos mais prestigiados interpretes dos Circuitos Folk, assim como reconhecido embaixador da Língua e Cultura Tradicional em Espanha. Em 1981, gravou o seu primeiro trabalho “A la veja del Duero”, contando até ao momento quinze discos, último dos quais em 2010 “La Bazanca, 30 Años”, gravado no Teatro Municipal de Bragança, para comemorar os 30 anos de trajectória e efectuou mais de dois mil concertos, tanto a solo como com La Bazanca e outras formações um pouco por todo o mundo (França (26), Alemanha (3), Itália (4), Grécia (2), Suécia (2), Portugal (18), Eslovénia (2), Bósnia, Bulgária (2), Polónia, Israel (5), Perú, Chile (3), Argentina (4), Bolívia (2), Paraguai (2), Uruguai, Brasil (4), Venezuela, Marrcocos, China e E.U.A. (5), etc…).
“Tenía muchas ganas de ofrecer un concierto de Música Sefardita en Carção después de haber leído sobre los cristianos nuevos o "marranos" que allí y en otras tantas aldeas de la zona vivieron y sufrieron en sus carnes los terribles autos de fe inquisitoriales…”.
Sefardita é o termo usado para se referir aos descendentes de Judeus originários de Portugal, Espanha, etc. A palavra tem origem na denominação hebraica para designar a Península Ibérica (Sefarad ספרד ).
Os sefarditas fugiram das perseguições que lhes foram movidas na Península Ibérica pela inquisição espanhola (1478 - 1834). Uma grande parte deste povo fugiu para o norte de África, onde viveram durante séculos.
O salão estava totalmente cheio (150 pessoas), apesar das más condições atmosféricas que se faziam sentir. Marcaram presença ouvintes de várias localidades, a exemplo: Vimioso, Argozelo, Santulhão, Miranda do Douro, Bragança, Porto, Lisboa e até várias pessoas da vizinha Espanha, apesar de o espectáculo não ser gratuito. Gente interessada neste tipo de música e admiradores das qualidades musicais do artista.
O ambiente intimista, criado por quatro grandes candelabros, o brasão da povoação sobre o palco e o silêncio respeitador dos espectadores foram causas para o sucesso do espectáculo.
Por sua vez, o artista conduziu a sua actuação de forma muito dedicada na medida em que, ao longo de todo o concerto, foi “anotando” alguns factos históricos dos sefarditas e simultaneamente a ligação à história local de Carção.
No final, foi nítida a grande satisfação de todos os presentes, o que motivou os organizadores a sonhar com a realização dum festival de música sefardita.
Fonte:Paulo Lopes
Jornal Nordeste
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