A Adega Cooperativa do Rabaçal (ACR), sedeada em Rebordelo, acaba de colocar no mercado o seu primeiro reserva, sob o rótulo Encostas do Trogão DOC – Tinto 2009.
O lançamento deste lote seleccionado é, apenas, uma das faces mais visíveis da dinâmica que a ACR tem conhecido ao longo da última década, especialmente após a implementação de um programa de modernização que mudou a vida desta estrutura cooperativa.
Se há 5 anos atrás a adega só vendia vinho a granel e em garrafão, sob a marca “Muradal”, a aquisição de uma linha de engarrafamento e rotulagem, associada a uma sonda para medir o grau, mudou toda a lógica de mercado.
Hoje, os garrafões quase fazem parte do passado, pois perderam terreno para o vinho “Poulinho” embalado em “bag in box”, um sistema que conserva o néctar durante várias semanas.
Criada em 1979, a ACR dos dias de hoje comercializa garrafas de Encostas do Trogão e não é à toa que o branco mereceu medalha de prata no último Concurso de Vinhos de Trás-os-Montes, a par de uma Menção Honrosa no concurso nacional, que decorreu em Santarém.
Este é um dos rótulos que tem feito sucesso em muitas das provas onde está presente, nomeadamente na Feira da Castanha de Vinhais, onde os membros do painel de provadores, inclusive do grão-mestre da Confraria dos Gastrónomos e Enófilos de Trás-os-Montes e Alto douro, António Monteiro, mostraram-se surpreendidos com os argumentos deste branco.
Encostas do Trogão Branco mereceu medalha de prata no último Concurso de Vinhos de Trás-os-Montes
Após a compra de um avançado sistema de refrigeração, foi possível entrar em força no mercado dos brancos. “Estão a ter muita aceitação, pelo que queremos expandir os nossos canais de distribuição e levar os nossos vinhos aos mercados dos grandes centros”, salienta Alcides Santos, técnico oficial de contas da ACR.
Com cerca de 800 associados, oriundos dos concelhos de Vinhais, Valpaços, Mirandela e Macedo de Cavaleiros, a ACR recebe 1,5 milhões de quilos de uvas de uma zona de transição entre a Terra Quente e a Terra Fria, que garante um grau surpreendente em todos os néctares que ali são vinificados.
A reconversão da vinha que está em curso e a aposta nas castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Trincadeira e Tinta Roriz já está a dar os seus frutos ao nível da qualidade do produto final “Temos que apostar na selecção das castas e das uvas, porque se o nosso vinho não tiver qualidade, o consumidor não voltará a comprá-lo”, reconhece o responsável.
Ao nível da promoção, a adega que labora em Rebordelo vive um período de evolução, bem patente na criação de uma imagem institucional que simboliza o vinho e os quatro concelhos produtores. “O sector do vinho é altamente competitivo e se não tivermos algum marketing, não conseguimos impor o nosso produto”, sustenta Alcides Santos.
Fonte:Jornal Nordeste
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