Nesse dia já tinha 73 reservas de jantares, mas quem entrou no seu restaurante, em Madrid (Espanha), acabou por ter direito a bar aberto porque já não houve tempo nem disposição para preparar as dezenas de refeições.
Há 20 anos que comprava o número 70013 e, desta vez, a sorte contemplou-o com um prémio que lhe garante o merecido descanso, após 30 anos de trabalho na capital espanhola, sempre ligado ao ramo da restauração.
Natural de Pinela, concelho de Bragança, António Santos é milionário aos 45 anos, mas carrega consigo uma vida de trabalho, de longas horas atrás do balcão, em anos em que não havia tempo para folgas ou férias. “Agora já fechávamos ao sábado, no mês de Agosto e na Páscoa, mas durante 10 anos nunca parávamos”, garante a esposa, Maria de Lurdes Ramos, 48 anos. Natural de Carção (Vimioso), foi para Espanha aos 11 anos e começou bem cedo a “lavar panelas”, à procura da fartura que uma família com 10 irmãos não lhe podia dar.
Esta semana ainda abrirá as portas do restaurante “Pendo Léon”, mas só até escoar a comida armazenada e arrendar o espaço.
Nada que o casal já não tenha feito com o snack-bar Crisba, igualmente em Madrid, que foi arrendado na semana passada. “Antes estava cada um no seu restaurante e revezávamo-nos porque o horário é longo, das 7:30 às 2:00 horas”, recorda António Santos.
Com os milhares da “taluda”, o casal vai descansar e liquidar uma dívida à banca de 200 mil euros, contraída para remodelar totalmente o “Pendo Léon”, que alberga confortavelmente 150 comensais.
Depois, dividirão a vida entre Madrid e a casa de Carção, já que não pensam regressar definitivamente a Portugal. “Temos lá a nossa filha, de 23 anos, que já nasceu em Madrid e também tem trabalhado muito. É lá que vamos ficar”, confessa Maria de Lurdes Ramos.
Por: João Campos
Jornal Nordeste
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