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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Rapazes de Babe mantêm tradição dos Reis

Entre o Natal e os Reis há festas quase ‘no stop’ na freguesia de Babe, constituída pelas aldeias de Babe e Laviados, no concelho de Bragança. São duas semanas em que todos os caminhos vão dar à Alta Lombada.


A freguesia é transformada num verdadeiro ponto de encontro de emigrantes e migrantes que regressam de férias por esta altura, mas também de habitantes de Bragança e de aldeias vizinhas. “Animação não falta, para todos os gostos e idades”, promete o presidente da Junta, Alberto Pais. 


As festividades terminam este sábado, 8 de Janeiro, Dia de Reis com a Festa dos Rapazes, altura em que serão nomeados os mordomos de 2012, pois a organização deste evento já esteve a cargo dos mordomos de 2011, escolhidos no Natal. Nesse dia serão ainda leiloadas as roscas oferecidas pelas mordomas, cuja receita apurada reverte a favor da igreja. 


Normalmente a disputa pela compra dos bolos anima o dia após a missa, garante a população. São 25 os mancebos que este ano vão entoar os velhos cânticos das Janeiras. 
Nas duas localidades, Babe, sede de freguesia, e Laviados, uma aldeia anexa, no espaço de duas semanas realizam-se nove festas.


As festividades tradicionais começaram em Laviados, nos dias 23 e 24, com a Festas dos Rapazes, que em Babe decorreram a 25 e 26. Depois disso decorre, em Babe, a Festas dos Casados, a 30, que começou a ser realizada há cerca de uma década, de alguma forma é uma resposta ao saudosismo da mocidade e da vida de solteiro, pois a maioria dos intervenientes já antes entrou nas Festas dos Rapazes. Esta actividade junta habitualmente entre 80 a 90 homens em torno de uma grande mesa. 

No espaço de duas semanas realizam-se nove festas
na freguesia


As jovens da freguesia fazem assim a sua despedida do ano velho e entra no ano novo com a Festas das Raparigas, nos dias 31 de Dezembro e 1 de Janeiro. “Uma inovação que surgiu como uma demonstração da emancipação da mulher”, acredita o autarca. 


Todas estas festas têm um aspecto em comum, promovem o convívio entre pares, em volta de uma mesa farta, em que a carne de vitela faz parte do menu, tal como outras iguarias. 
São, porém, as Festas dos Rapazes as mais tradicionais. A sua origem está oculta nas brumas da memória, “sendo consideradas milenares”, explicou Alberto Pais. 


Destinadas aos homens solteiros, que fazem rondas pela aldeia ostentando bandeiras. A jornada inicia-se cedo com as alvoradas, onde o juiz e o meirinho fazem a chamada e quem não aparece é multado, prossegue com as rondas, animada pelos sons da gaita-de- foles, e os banquetes preparados pelos rancheiros. São 48 horas intensas, em que antigamente era proibido dormir. “As festas de inverno são mais significativas, mais carismáticas e típicas desta zona”, frisou o autarca.

Glória Lopes
Jornal Nordeste

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