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segunda-feira, 6 de julho de 2009
Tuizelo, em Vinhais, registou o maior fogo e Vila Real é o distrito que mais ardeu até 15 de Junho
As notícias não são animadoras no que diz respeito a incêndios florestais.
Em todo o ano de 2008, o número de hectares ardidos foi de 17 509 e, apenas até 15 de Junho deste ano, a área ardida já subiu aos 17 262 hectares (ha).
Vila Real encabeça a lista de distritos mais afectados, com 4 273 ha, logo seguido por Bragança, com 2 946. O pastoreio, o vandalismo e a abertura de zonas de caça juntaram-se à muita vegetação acumulada desde 2005, para formar atingir estes números.
O investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Hermínio Botelho, não tem dúvidas que ainda é “muito mais fácil limpar com o fogo do que com a enxada”. Por isso, não se surpreende com as causas apontadas para os últimos “Grandes Incêndios”, declarados no último relatório da Autoridade Florestal Nacional.
Em todo o País, foram registados 20 fogos com áreas ardida além dos 100 ha. Destes, dez ocorreram nos distritos de Bragança e de Vila Real.
O maior de todos foi o que ocorreu em Tuizelo, no concelho de Vinhais, provocando um total de 830 ha de área ardida e teve como origem uma queimada para renovação de pastagens.
A mesma causa, no distrito de Vila Real, é apontada para os incêndios ocorridos em Ermelo, no concelho de Mondim de Bastos, em Padroso, no concelho de Montalegre e em Sedielos, em Peso da Régua.
No acumulado dos três fogos arderam 454 ha. “Não houve tempo de as pessoas fazerem as suas queimadas, porque tivemos um início de Inverno muito pluviosos, até ao final do Inverno e princípio de Primavera que foram extremamente secos.” Apontou Hermínio Botelho, como possível explicação para o mês de Março ter sido o mais marcado pelas chamas.
Apesar de considerar haver, “em geral”, aspectos positivos nas medidas tomadas desde 2005 na temática contra incêndio, Hermínio Botelho é da opinião que deve ser “revisto o processo de autorização de queimadas, tornando-o mais simples e exequível”, o que prevenia o uso fortuito do fogo. Outra das causas enumeradas para os “Grandes Incêndios” é o vandalismo. No distrito de Vila Real, Ferral e Salto, em Montalegre, e Pedralae Tazém, em Valpaços, registaram 539 ha queimados por esta causa.
A entrada em áreas de caça foi a causa do incêndio que afectou a freguesia de São Salvador, em Boticas, no qual arderam 175 ha. “Muitas vezes, os caçadores têm dificuldade em penetrar em zonas onde sabem que há caça, mas que se torna invisível com a vegetação”, explicou o investigador.
Já em Cabril, no concelho de Montalegre, arderam mais 174 ha devido a actos negligentes. Em investigação, continuam os incêndios de Covas do Barroso, em Boticas, no qual arderam 110 ha, o de Celas, em Vinhais, com 551 ha de área ardida e o de França, no concelho de Bragança, onde arderam 449 ha. A estes números juntam-se as restantes ignições, 385 em Bragança e 1 031 em Vila Real, muitas das quais não passaram de fogachos - área ardida inferior a um ha – devido à prevenção e métodos de primeira intervenção na região.
In Mensagueiro de Bragança
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