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terça-feira, 17 de novembro de 2009

O Professor Pinto da Costa esteve em Bragança para falar na dependencia do jogo

Dependência no jogo ganha expressão

“Há pessoas que jogam no euromilhões pelo simples prazer de jogar e não para ganhar, não se preocupando sequer em ver os resultados”. A afirmação é do Professor Pinto da Costa, que esteve em Bragança, na passada sexta-feira, para falar sobre a “Dependência no Jogo”, num seminário organizado pelo Centro de Respostas Integradas de Bragança.

mática é um fenómeno antigo, mas com expressão recente. “Quando se fala em dependência, as pessoas associam logo às drogas ou ao álcool e esquecem-se de toda a dependência que os indivíduos podem criar relativamente ao jogo”, acrescenta o médico.

A tendência é para conotar como viciado no jogo, apenas, aquelas pessoas que têm azar, ao passo que a sorte ao jogo é considerada um desporto.
“O estímulo põe em funcionamento a via do prazer e quer seja drogas, jogos ou até o telemóvel são uma dependência”, explica Pinto da Costa.

O orador realçou que há zonas do cérebro que estão mais activas quando a pessoas está a jogar pocker, a roleta ou até xadrez. A vontade de jogar cada vez mais pelo simples prazer de jogar é considerada uma dependência.

Dependência no jogo pode começar na infância se não houver um controlo da situação por parte dos pais

Esta tendência pode ter início na infância. “Há muita publicidade que convida as crianças a jogar. Oferecem múltiplos jogos e querem vincular a pessoa ao êxito de tentar ganhar a si própria”, salienta Pinto da Costa.

No entanto, o jogo também pode ser saudável, desde que seja controlado.
Quando se perde o controlo tudo funciona à volta do jogo e há casos em que se destrói tudo o que se construiu durante uma vida pelo simples prazer de jogar. “Há casos de indivíduos que vendem a mulher, se for preciso, só para terem dinheiro para mais uma jogada”, acrescenta o clínico.

No que toca a tratamentos, Pinto da Costa confessa que é uma dependência muito difícil de tratar. “ Claro que é uma dependência tratável. Não é um desespero. Mas é muito difícil conseguir uma solução satisfatória, até porque as drogas que se utilizam para tratar os dependentes no jogo podem ser as mesmas para os toxicodependentes ou alcoólicos”, informa o responsável. Apesar de não ter números que caracterizem a dimensão do fenómeno da dependência no jogo, Pinto da Costa garante que surgem todos os dias novos casos de pessoas que deixaram que fosse o jogo a comandar as suas vidas.
Por: Teresa Batista - Jornal Nordeste

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