As várias etapas que fazem parte do ciclo da lã, desde a tosquia à criação de peças artesanais no tear, foram recriadas, no passado sábado, na freguesia de Agrochão, no concelho de Vinhais.
Um grupo de pessoas da localidade e de aldeias vizinhas participou nesta iniciativa, organizada pela Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Agrochão (ACRDA), no âmbito do projecto ASA do Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS) de Vinhais.
Esta iniciativa, que também contou com a presença de alguns jovens, começou com a tosquia de uma ovelha, através do método artesanal. O tosquiador Manuel Borges pegou nas tesouras para fazer uma demonstração de como se tira a lã a uma ovelha. Terminada a tosquia do animal a lã é junta e passamos a ter o feltro, que é lavado em água bem quente. “A lã está muito suja, porque anda com as ovelhas o ano inteiro.
Então tem que ser bem lavada antes de partirmos para a fase seguinte”, acrescenta a presidente da ACRDA, Maria da Graça Afonso.
A próxima etapa é a escarramiça da lã, que consiste na abertura da mesma para ficar fofa o suficiente para se fazer o manelo, que é colocado na roca para fiar. “ O manelo é feito no regaço. Com a lã escarramiçada é mais fácil fiar”, realça a responsável.
A fiação é umas das etapas principais deste ciclo e é feita de formas distintas. O fio usado para fazer na meia é fiado na roca, até dar origem à maçaroca, que é dobada e depois torcida para unir os dois fios, enquanto que o fio mais grosso usado no tear, principalmente para fazer cobertores, é rodelado num engenho próprio para o efeito.
Tradições do Mundo Rural
vão estar em destaque em cinco aldeias do concelho de Vinhais
Antes de passar para o tear ainda é preciso urdir, um processo complexo, que tem que ser feito com muita sabedoria e perícia. A urdideira, em forma de hexágono, é o instrumento onde se entrelaçam os fios para formar a teia, que é posta no tear para tecer.
Para formar a teia são colocados 12 novelos de algodão nos casuleiros. Já a colocação da teia no tear não é tarefa fácil e tem que ser feita por quatro pessoas.
“A telecelagem é fácil. Até costumamos dizer que num tear aparelhado tece um burro albardado, o que quer dizer que depois de colocada a teia não é difícil tecer”, conta Maria da Graça Afonso.
Já no tear é possível fazer cobertores, tapetes ou mantas de lã. Antigamente, também havia quem fizesse o burel, que consistia em urdir e tecer com lã. “Era um tecido muito pesado, que tinha que ir ao pisão para ser amaciado. Aí era batido ao mesmo tempo que era molhado em água corrente, com dois malhos. Este tecido era usado para as mantas dos segadores e para as saias das senhoras”, recorda a presidente da associação.
Depois de tirar as peças do tear é feita a cardagem, que consiste em amaciar a lã. E assim termina o ciclo da lã, que antigamente, era um dia de festa. “Antes, no fim da escarramiça havia baile e comiam-se nozes e figos secos”, salienta Maria da Graça Afonso.
O Ciclo da Lã foi a primeira actividade realizada no âmbito das tradições, seguindo-se, segundo a técnica do CDLS de Vinhais, Dirse Loução, o ciclo da telha, em Romariz, o ciclo do pão, em Santalha, o reviver da profissão de ferreiro, em Vilar de Lomba, e as artes e ofícios da madeira, em Vila Boa. Estas iniciativas envolvem as associações locais.
Um grupo de pessoas da localidade e de aldeias vizinhas participou nesta iniciativa, organizada pela Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Agrochão (ACRDA), no âmbito do projecto ASA do Contrato Local de Desenvolvimento Social (CLDS) de Vinhais.
Esta iniciativa, que também contou com a presença de alguns jovens, começou com a tosquia de uma ovelha, através do método artesanal. O tosquiador Manuel Borges pegou nas tesouras para fazer uma demonstração de como se tira a lã a uma ovelha. Terminada a tosquia do animal a lã é junta e passamos a ter o feltro, que é lavado em água bem quente. “A lã está muito suja, porque anda com as ovelhas o ano inteiro.
Então tem que ser bem lavada antes de partirmos para a fase seguinte”, acrescenta a presidente da ACRDA, Maria da Graça Afonso.
A próxima etapa é a escarramiça da lã, que consiste na abertura da mesma para ficar fofa o suficiente para se fazer o manelo, que é colocado na roca para fiar. “ O manelo é feito no regaço. Com a lã escarramiçada é mais fácil fiar”, realça a responsável.
A fiação é umas das etapas principais deste ciclo e é feita de formas distintas. O fio usado para fazer na meia é fiado na roca, até dar origem à maçaroca, que é dobada e depois torcida para unir os dois fios, enquanto que o fio mais grosso usado no tear, principalmente para fazer cobertores, é rodelado num engenho próprio para o efeito.
Tradições do Mundo Rural
vão estar em destaque em cinco aldeias do concelho de Vinhais
Antes de passar para o tear ainda é preciso urdir, um processo complexo, que tem que ser feito com muita sabedoria e perícia. A urdideira, em forma de hexágono, é o instrumento onde se entrelaçam os fios para formar a teia, que é posta no tear para tecer.
Para formar a teia são colocados 12 novelos de algodão nos casuleiros. Já a colocação da teia no tear não é tarefa fácil e tem que ser feita por quatro pessoas.
“A telecelagem é fácil. Até costumamos dizer que num tear aparelhado tece um burro albardado, o que quer dizer que depois de colocada a teia não é difícil tecer”, conta Maria da Graça Afonso.
Já no tear é possível fazer cobertores, tapetes ou mantas de lã. Antigamente, também havia quem fizesse o burel, que consistia em urdir e tecer com lã. “Era um tecido muito pesado, que tinha que ir ao pisão para ser amaciado. Aí era batido ao mesmo tempo que era molhado em água corrente, com dois malhos. Este tecido era usado para as mantas dos segadores e para as saias das senhoras”, recorda a presidente da associação.
Depois de tirar as peças do tear é feita a cardagem, que consiste em amaciar a lã. E assim termina o ciclo da lã, que antigamente, era um dia de festa. “Antes, no fim da escarramiça havia baile e comiam-se nozes e figos secos”, salienta Maria da Graça Afonso.
O Ciclo da Lã foi a primeira actividade realizada no âmbito das tradições, seguindo-se, segundo a técnica do CDLS de Vinhais, Dirse Loução, o ciclo da telha, em Romariz, o ciclo do pão, em Santalha, o reviver da profissão de ferreiro, em Vilar de Lomba, e as artes e ofícios da madeira, em Vila Boa. Estas iniciativas envolvem as associações locais.
Por: Teresa Batista
Jornal Nordeste
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