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sábado, 5 de junho de 2010

Águia regressa à natureza

Uma Águia-de-Asa-Redonda, tam bém conhecida como Búteo (Buteo buteo), foi devolvida à natureza pela mão do Parque Biológico de Vinhais. 

Depois de recuperada no Centro de Recepção, Acolhimento e Tratamento de Animais Selvagens (CRATAS), na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a ave de rapina foi devolvida ao meio selvagem, perante uma centena de crianças do ensino Pré-Escolar de Vila Flor. 


A águia foi recolhida na zona de Montalegre pelo Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana (SEPNA) de Chaves, em Dezembro de 2008, após ter sido vítima de um disparo que lhe fracturou o cúbito. Após um lento processo de recuperação, que passou por uma alimentação cuidada para a ave atingir o peso adequado, e realização de treinos de voo e caça, a ave foi devolvida à natureza na passada sexta-feira.


A directora do Parque Biológico de Vinhais, Carla Alves, explica como tudo aconteceu: “temos um protocolo com a UTAD e sempre que nos chegam ao parque animais feridos ou que foram apanhados por alguém e não estão em perfeitas condições de saúde, nós encaminhamo-los para o CRATAS”.


O veterinário de serviço, Roberto Sargo, iniciou a libertação da águia com uma pequena palestra sobre a recuperação da águia. “Após a primeira cirurgia, foi submetida a uma outra, correctiva, depois teve um processo de ossificação muito longo, para passar um ano a recuperar, pois tinha perdido muita massa muscular. Estes últimos 4 meses, teve de reaprender as técnicas de caça e mostrar que estava apta a ser libertada”, explicou.


A águia-de-asa-redonda (Buteo buteo) é uma das aves de rapina mais comuns em toda a Europa, sendo a águia mais frequente em Portugal. Apresenta dimensões médias (entre 600 a 1100g e 51-56cm de comprimento), um aspecto compacto, cabeça arredondada e cauda relativamente curta, cerradamente listrada nos adultos. A cor da sua plumagem é muito variável, desde quase branco a castanho-escuro, sendo que a zona dorsal é geralmente castanha e a zona peitoral mais clara. Distribui-se pela Europa, Ásia e algumas ilhas do Pacífico e ocupa todos os tipos de habitat onde existam árvores e terrenos abertos, sendo frequente nas orlas dos bosques. 


A sua dieta baseia-se em pequenos mamíferos, principalmente ratos, mas podem complementá-la com lagomorfos (coelhos e lebres), aves, répteis, anfíbios e invertebrados, podendo também ter comportamentos necrófagos. 


Jornal Nordeste.

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