Governante assume que as obras do túnel do Marão estão paradas e à espera de novos fundos comunitários.
Isso mesmo foi assumido, pela primeira vez, pelo secretário de Estado do desenvolvimento regional, na semana passada, numa Assembleia Distrital do PSD, em Bragança.
Almeida Henriques falava descontraidamente, esquecendo a presença de um jornalista na sala, numa iniciativa levada a cabo em todo o país, que passa por explicar aos militantes social-democratas, as medidas implementadas pelo Governo.
Almeida Henriques avisou que todas as obras em estradas do país estão a ser reavaliadas pelo Governo PSD e que já houve mesmo ordem para parar empreitadas no valor de mil milhões de euros. O governando lançou críticas ao espírito vigente até aqui. “Há, muitas vezes, a perspectiva que já se investiram cem milhões numa determinada obra e, com mais 200 milhões, a obra pode terminar. Mas a verdade é que o país já não tem mais esses 200 milhões para gastar. Algumas destas obras que estavam em curso têm de ser reprogramadas numa perspectiva de aproveitar os fundos comunitários. Será o que acontecerá ao túnel do Marão”, frisou Almeida Henriques. “Estará parado mais 60 dias porque estamos a procurar uma solução que passe por um refinanciamento por fundos comunitários.”
Em causa estará, ao que foi possível apurar, uma diferença de cem milhões de euros. Depois de duas paragens decretadas pelo tribunal de Penafiel, a pedido da empresa Águas do Marão, os custos da obra subiram. Para além disso, as condições de acesso ao crédito também se têm degradado quase a cada dia que passa. A somar a isso tudo há uma indemnização de 48 milhões de euros, pedida pela empresa que explora e engarrafa a água da serra do Marão.
Serão estes os pontos da discórdia e que terão levado a concessionária da obra, liderada pela Somague, a pedir uma renegociação do contrato com o Governo. Daí o silêncio das duas partes, Governo e concessionária. Até agora. Pela primeira vez, um governante assume a necessidade de novo financiamento para o Túnel do Marão. Dependendo dos termos da renegociação do acordo, pode estar aberta a porta para pedidos de outras concessionárias de outras obras em curso, como as do IP2 e do IC5.
Fonte:Jornal Nordeste
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