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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Torres medem o vento em Montesinho e perto da estrada que vai da Moimenta à Mofreita

A empresa irlandesa Airtricity, comprada, recentemente, pela Scottish Southern Energy Renewables, já investiu mais de meio milhão de euros na instalação de torres de medição de vento em pontos estratégicos dos concelhos de Bragança e Vinhais.

Recorde-se que, em 2007, foi apresentado um mega-projecto de produção de energia eólica, que contemplava a instalação de aerogeradores em diversas zonas do Parque Natural de Montesinho (PNM). Mofreita (Vinhais), Zeive, Soutelo, S. Julião de Palácios, Rabal, Deilão e Babe (Bragança) foram algumas das freguesias contempladas para a colocação de ventoinhas.

Para garantir a disponibilidade dos terrenos numa zona considerada “a pérola” para produção de energia eólica, a empresa tem vindo a pagar renda das propriedades a Juntas de Freguesia e Comissões de Baldios. Apesar da Scottish Southern Energy Renewables preferir não revelar o montante investido na região, o Jornal NORDESTE sabe que há autarquias a receber mais de 2500 euros por ano pela renda dos terrenos, um valor que tem vindo a ser actualizado pela empresa irlandesa, ano após ano.

Os autarcas da região também estão do lado do projecto.

O presidente da Junta de Freguesia de Rabal, Paulo Hermenegildo, defende a concretização dos parques eólicos, considerando que é fundamental para garantir a autonomia financeiras das Juntas de Freguesia face ao poder central. “Iremos receber cerca de 10 mil euros/ano por cada aerogerador instalado, o que nos traria receitas suficientes para avançarmos com projectos importantes para as freguesias”, salienta o autarca.

Três anos após a apresentação do projecto, a Scottish Southern Energy Renewables já colocou cerca de nove torres meteorológicas em zonas estratégicas do PNM, que permitem medir a velocidade do vento em tempo real.

Instalação de parques eólicos só poderá avançar depois do governo abrir concursos para a atribuição de potência na região

Com funcionários permanentes no terreno, a concretização do projecto da empresa irlandesa depende, agora, da abertura de concursos para a atribuição de potência na região. “Em Portugal não abrem concursos para a atribuição de potência desde 2008 e nessa data não foi contemplada esta zona do País”, constata o director de estratégia e comunicação da Scottish Southern Energy Renewables, Alexandre Ipolliti Carrelhas.

No entanto, o responsável garante que o mega-projecto eólico não está parado, visto que antes de avançar para a instalação das ventoinhas é necessário fazer uma série de estudos sobre o vento para salvaguardar o sucesso o projecto.
Além disso, a empresa também já iniciou os estudos de impacte ambiental, visto que a instalação dos parques eólicos está prevista dentro de uma zona protegida. “O plano de ordenamento do PNM prevê a instalação de parques eólicos, desde que se cumpram determinadas normas.

O facto de ser uma zona protegida poderá trazer alguns constrangimentos, visto que é necessário estudos de impacte ambiental. No entanto, é possível minimizar os impactos numa articulação entre todas as entidades”, sublinha Alexandre Carrelhas.

Entretanto, a empresa irlandesa continua com uma forte ligação à região, nomeadamente através dos protocolos celebrados com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, com o Instituto Politécnico de Bragança e através da parceria com a Câmara Municipal de Bragança para a constituição do Bragança Parque.

Por: Teresa Batista
Jornal Nordeste

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